quarta-feira, 27 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

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desfocadona!
Quero atirar-te para cima da cama e ficar por cima do teu corpo, beijar-te desde a orelha, descendo pelo teu pescoço, percorrendo o teu peito e dando dentadinhas na tua barriga bem marotas e provocantes...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Boca do inferno



I love you, música portuguesa
Temo não saber inglês suficiente para compreender a música portuguesa. Não quero parecer velho, mas ainda sou do tempo em que a música portuguesa era cantada em português. Lembro-me bem dessa altura em que um aspirante a cantor conseguia pegar numa guitarra sem começar a verter as suas canções para uma língua que os turistas entendessem. Era estranho, claro. Gente portuguesa a exprimir-se em português sempre me fez confusão. Trata-se de um idioma bastante limitado, que restringe as possibilidades de expressão dos seus falantes, e portanto não admira que haja quem se veja forçado a recorrer à língua inglesa quando se trata de transmitir pensamentos realmente sofisticados, tais como "I love you, baby", "Please forgive me, baby", "Don't break my heart, baby" ou "Yeah, baby, you are my baby".
Não posso, no entanto, deixar de notar que ainda há um longo caminho para percorrer. Neste momento, os artistas portugueses que cantam em inglês ainda estão condenados a dar entrevistas em português. Como é evidente, fazem falta jornais portugueses escritos em língua inglesa - ou, pelo menos, jornais portugueses que, embora fazendo perguntas em português (se querem mesmo insistir nesse capricho), permitam que as respostas possam ser dadas em inglês. Caso contrário, prosseguirá esta violência desumana que consiste em forçar cidadãos a exprimirem-se na sua própria língua. Creio que há um ou dois artigos na Declaração Universal dos Direitos Humanos que censuram essa prática.
Felizmente, nem tudo joga contra os músicos portugueses que cantam em inglês. Por coincidência, a língua na qual eles se sentem mais à vontade é falada internacionalmente. Isso pode evitar-lhes embaraços parecidos com os que sempre afligiram os músicos portugueses com mais projecção lá fora. Todos nos lembramos dos concertos da Amália, sistematicamente interrompidos por espectadores que diziam: "Amália, what are you doing? Please sing in english! We don't understand you!" Para não falar do caso dos Madredeus, obrigados a tornar as suas letras mais acessíveis ao público estrangeiro ("À porta, I love you baby, daquela igreja, I miss you baby, vai um grande corrupio").
O meu único receio é que este desamor à língua portuguesa, e a ideia de que ela pode prejudicar o nosso ofício, tenham deflagrado no mundo da música e se propaguem a outras profissões. Que, por exemplo, um número considerável de canalizadores decida passar a consertar torneiras em inglês, para facilitar uma eventual carreira internacional, ou apenas porque tem mais estilo. "Let me unclog your toilet baby!" Enfim, não é o tipo de conversa que gostaria de ter com um canalizador. Embora reconheça que a frase talvez desse uma excelente música portuguesa.


Autor: Ricardo Araújo Pereira

Kings Of Leon - Radioactive

domingo, 24 de outubro de 2010

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Lovage "Book of the Month"




Hoje quero demorar-me no teu corpo, quero percorrer cada milímetro da tua pele... Quero lamber, beijar, morder, excitar... quero acariciar-te, quero a tua tesão, quero o teu sexo. Quero sentir-te

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

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Boca do inferno


Talvez o leitor já tenha reparado num flagelo que assola a sociedade portuguesa. É o flagelo da sinceridade. Há um número alarmante de pessoas para quem a sinceridade é um atributo estimável. Tanto que, ao que tenho testemunhado com cada vez maior frequência, anunciam a despropósito e sem pudor a sua própria sinceridade, normalmente antes de uma observação desagradável. Funciona assim: "Eu sou sincero: essa camisa fica-lhe mal." Como é evidente, o proprietário da camisa fica duplamente amesquinhado: não só está mal vestido como se encontra junto de uma pessoa sincera. Os nossos defeitos parecem ainda piores quando estamos na presença de alguém que é tão obviamente virtuoso. As pessoas com quem me dou sabem bem o que é carregar esse fardo.
É interessante reparar no modo como o autor deste tipo de frase é, em geral, atormentado pela sua própria nobreza de caráter. Outras pessoas teriam a desonestidade de elogiar aquela camisa, ou fariam um silêncio igualmente condenável. O sincero não pode, uma vez que é sincero. Não é desagradável, nem impertinente, nem descortês. É sincero. No fundo, o que está a dizer é: "Não há nada a fazer. Eu bem me esforço para não ser tão moralmente irrepreensível, mas não consigo. É a mais elevada dignidade que me obriga a dizer-te que tens mau gosto."
No entanto, tenho dificuldade em entender que ser sincero seja uma qualidade. Dizer o que se pensa não tem nada de admirável. Penso eu. É fácil (e todos sabemos que o caminho para a virtude é intrincado), revela sobranceria (que têm as minhas opiniões de tão especial para que eu me sinta no dever de as comunicar aos outros?), e é muitas vezes desagradável (os meus pensamentos são, na esmagadora maioria das vezes, de uma inconveniência assinalável). Creio, aliás, que a vida em sociedade se baseia precisamente na nossa maravilhosa capacidade de não revelar o que pensamos. Sim, eu acho que determinada senhora é gorda, mas não lho vou dizer  sobretudo se ela mo perguntar. Claro que o odor corporal de certo indivíduo é desagradável, mas ninguém me convence que eu serei uma pessoa melhor se lhe disser: "Eu sou sincero: o senhor cheira a táxi."
O problema, creio, é que a nossa sociedade está erradamente convencida de que a autenticidade é um valor que se deve prezar. "Sê tu mesmo", ouvimos a toda a hora. "Tu deves ser igual a si próprio", dizem-nos também. São, como é óbvio, maus conselhos. Vamos tentar ser um pouco melhores que isso, digo eu. Só se eu fosse parvo é que seria igual a mim próprio. Trata-se de um caminho que não me levaria a lado nenhum. Por que razão devo ser eu mesmo se, com algum empenho, posso tentar ser uma pessoa decente? Não me choca que Shakespeare e Bach tenham passado pela vida a tentar ser eles mesmos, mas é melhor para o mundo que eu e, por exemplo, Charles Manson, tentemos ser diferentes de nós próprios.
Eu sou sincero: vou continuar a ser dissimulado. 

Autor: Ricardo Araújo Pereira

Florence + The Machine - Cosmic Love

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Andreas Heuman

img164815Andreas Heumann

Sabia que...

      1 em cada 5
Homens diz que preferia ter sido
tratado por uma enfermeira sexy
do que por um médico competente?

The Boxer Rebellion - Lay me down



Música linda

Stop crying your heart out

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Conseguem desvendar?

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Saudades da praia :(


Cadela jogando ás escondidas!



Que coisinha mais fofinha poxa!

Boca do inferno



Uma bugiganga para o século XXI
De acordo com os últimos dados, mais de 20 mil portugueses já adquiriram a milagrosa pulseira que todos os estudos científicos dizem não funcionar. Não admira. De que serve um estudo científico se a pulseira é ainda mais científica? Um dos responsáveis pela distribuição da pulseira em Portugal revelou ao Correio da Manhã que o segredo está nos "dois hologramas quânticos embebidos numa frequência com iões negativos" que vão "estabilizar a nossa frequência". Quando o jornal confrontou um professor de Física da Universidade de Coimbra com esta explicação, aconteceu o habitual: obviamente invejoso por nunca ter embebido hologramas em iões, o professor disse que aquele paleio pseudocientífico não fazia qualquer sentido. Infelizmente, na comunidade científica é sempre assim: bem podem as pulseiras reluzir nas montras, com os hologramas ainda a pingar iões, que haverá sempre alguém a negar que as nossas frequências possam ser estabilizadas pelas frequências quânticas. A desfaçatez!
Dito isto, devo, no entanto, confessar que sou moderadamente cético quanto às capacidades da pulseira. Não digo que a pulseira do equilíbrio não provoque bem-estar. O que digo é que provoca mais em quem a comercializa do que em quem a usa. Creio que, se a pulseira do equilíbrio produzisse, de facto, equilíbrio, assim que o seu proprietário a colocasse no pulso pensaria: "Espera aí, acabei de dar mais de 30 euros por uma argola de borracha. Percebo agora que não foi uma decisão particularmente equilibrada. Vou à loja tentar recuperar o dinheiro." No entanto, é falso que a pulseira não produza qualquer efeito. Quem a usa passa a empenhar-se numa espécie de proselitismo gratuito, informando os amigos dos benefícios de andar com coisas quânticas ao dependuro. E é possível que a energia despendida nesta tarefa produza efeitos saudáveis, uma vez que explicar um processo fantasioso através de palavras que não se compreendem constitui um esforço notável. 
Pela minha parte, começo a sentir alguns efeitos da pulseira mesmo não a tendo adquirido. A admiração que tenho pelo fenómeno levou-me a agir de um modo que, segundo creio, não tardará em produzir melhoras na minha qualidade de vida. O meu plano é encomendar 50 mil anilhas para pombos a dez cêntimos cada. Depois, mergulhá-las num caldo de iões tão quânticos quanto me for possível, e vendê-las a 30 euros a unidade sob a designação de "O Anel da Temperança". E, anualmente, renovar o stock de charlatanice quântica com novidades. O Colar da Constância, Os Brincos da Estabilidade e A Gargantilha da Harmonia garantir-me-ão, acredito, negócio para a próxima década. Estejam atentos.

Autor: Ricardo Araújo Pereira